POESIA EM SALA DE AULA: OBSTÁCULOS NA MEDIAÇÃO
Palavras-chave:
Ensino-aprendizagem. Literatura. Poesia. PadletResumo
A poesia tem sido cada vez mais esquecida no âmbito escolar. Frequentemente, na realidade diária da sala de aula, é possível notar a relutância por parte dos professores de linguagem em trabalhar com a poesia, e muitos são os fatores que determinam essa escassez na escola. O ponto crucial para entendermos a gênese dessa problemática paira na ótica da realidade brasileira com o hábito de leitura em geral, pois vivemos em um país em que menos de 10% da população pratica a leitura como fonte de lazer. Entretanto, para o crítico literário Antonio Candido (2012), a literatura se caracteriza como direito inalienável do indivíduo, sendo sua falta, considerada pelo estudioso, uma “brutalidade social”, brutalidade essa que parece emergir no dia a dia do povo brasileiro. Ao analisarmos que menos de 10% da população tem a prática da leitura inserida em seu cotidiano, quando falamos em específico da leitura de poesia, essa porcentagem torna-se ainda mais desanimadora, principalmente por aquilo que Camargo e Batista (2019) consideram como “o difícil elogio à poesia”. De acordo com tais pensadoras, esse difícil elogio surge, muitas vezes, por parte dos próprios professores que não se sentem preparados para trabalhar tal gênero em sala de aula. Diante de tais fatores, objetivamos com o estudo proposto refletir sobre os principais obstáculos que permeiam o ensino e a leitura de poesia em sala de aula. Para alcançar tal objetivo, alicerçamo-nos no método bibliográfico, pautado em leituras das obras O direito à Literatura e outros ensaios (2012), Olhar o poema: teoria e prática do letramento poético (2012) e, em especial, o capítulo “O difícil elogio à poesia” de Leitura literária, crítica e ensino (2019). Como resultado, observamos que o gênero tem caído no abismo por problemas básicos de mediação. A exemplo, citamos a busca incessante de uma análise engessada, com um único ponto de vista, dentre vários possíveis, fazendo-nos chegar à conclusão de que a riqueza da poesia está em suas múltiplas possibilidades de leitura, e, elencar apenas uma análise é o mesmo que cessar sua beleza e provocar seus difíceis elogios.