POESIA EM SALA DE AULA: OBSTÁCULOS NA MEDIAÇÃO

Autores

  • Sheila Gualberto Borges Pedrosa Universidade Estadual do Goiás
  • Cleisa Maria Coelho Braga POSLLI-UEG
  • Márcia Juliana da Silva POSLLI-UEG
  • Natália Ferreira Santos
  • Márcia Maria de Melo Araújo Universidade Estadual do Goiás

Palavras-chave:

Ensino-aprendizagem. Literatura. Poesia. Padlet

Resumo

A poesia tem sido cada vez mais esquecida no âmbito escolar. Frequentemente, na realidade diária da sala de aula, é possível notar a relutância por parte dos professores de linguagem em trabalhar com a poesia, e muitos são os fatores que determinam essa escassez na escola. O ponto crucial para entendermos a gênese dessa problemática paira na ótica da realidade brasileira com o hábito de leitura em geral, pois vivemos em um país em que menos de 10% da população pratica a leitura como fonte de lazer. Entretanto, para o crítico literário Antonio Candido (2012), a literatura se caracteriza como direito inalienável do indivíduo, sendo sua falta, considerada pelo estudioso, uma “brutalidade social”, brutalidade essa que parece emergir no dia a dia do povo brasileiro. Ao analisarmos que menos de 10% da população tem a prática da leitura inserida em seu cotidiano, quando falamos em específico da leitura de poesia, essa porcentagem torna-se ainda mais desanimadora, principalmente por aquilo que Camargo e Batista (2019) consideram como “o difícil elogio à poesia”. De acordo com tais pensadoras, esse difícil elogio surge, muitas vezes, por parte dos próprios professores que não se sentem preparados para trabalhar tal gênero em sala de aula. Diante de tais fatores, objetivamos com o estudo proposto refletir sobre os principais obstáculos que permeiam o ensino e a leitura de poesia em sala de aula. Para alcançar tal objetivo, alicerçamo-nos no método bibliográfico, pautado em leituras das obras O direito à Literatura e outros ensaios (2012), Olhar o poema: teoria e prática do letramento poético (2012) e, em especial, o capítulo “O difícil elogio à poesia” de Leitura literária, crítica e ensino (2019). Como resultado, observamos que o gênero tem caído no abismo por problemas básicos de mediação. A exemplo, citamos a busca incessante de uma análise engessada, com um único ponto de vista, dentre vários possíveis, fazendo-nos chegar à conclusão de que a riqueza da poesia está em suas múltiplas possibilidades de leitura, e, elencar apenas uma análise é o mesmo que cessar sua beleza e provocar seus difíceis elogios.

Biografia do Autor

  • Márcia Maria de Melo Araújo, Universidade Estadual do Goiás

    Pós-doutora pelo Programa de Pós-doutorado no Exterior da CAPES com o projeto "As imagens femininas na lírica galego-portuguesa", com supervisão da professora catedrática Doutora Maria Laura Bettencourt Pires do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa. O projeto recebeu apoio e fomento por meio da CAPES. Pós-doutora pela Universidade Federal de Goiás, com o projeto "Fontes e influências disseminadoras da representação da mulher na literatura medieval: em defesa da mulher", com supervisão do professor Doutor Pedro Carlos Louzada Fonseca. Doutora e Mestre em Letras e Linguística na área de Estudos Literários pela Universidade Federal de Goiás. Bacharel em Letras e Licenciada em Português pela Universidade Federal de Goiás. Docente efetivo da Universidade Estadual de Goiás e do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI). Líder do Grupo de Estudo e Pesquisa em Literaturas de Língua Portuguesa (GEPELLP), certificado pelo CNPq/UEG. Membro do GT de Estudos Medievais da ANPOLL. Atualmente desenvolve pesquisas na área de literaturas de língua portuguesa, com temáticas sobre representação da mulher, literatura medieval, ensino de literatura, leitura e formação do leitor literário.

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Publicado

2022-06-26