A NEGAÇÃO NA FALA DE GOIÁS-GO
Palavras-chave:
Variação Linguística., Negação, SociofuncionalismoResumo
Resumo: Este artigo se insere como uma parte constituinte da dissertação que está sendo elaborada junto ao programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI/UEG/Cora Coralina). O fenômeno a ser investigado é a variação entre os operadores de verificação de negação em dados da fala da Cidade de Goiás - GO. Assim sendo este artigo abordará o envelope de variação que será analisado na dissertação. No PB, há três maneiras de se realizar a negação: com o advérbio anteposto ao verbo (NEG1); com o advérbio marcado duas vezes, antes e depois do verbo (NEG2); e com o advérbio posposto ao verbo (NEG3). A forma mais tradicional de marcação da negação é a anteposição do advérbio ao verbo. O corpus do trabalho é constituído por amostras de língua oral do município Goiás, localizado no Estado Goiás, Brasil. Para isso, lança-se mão do banco de dados de dois grupos de estudo: o Grupo de Estudos Funcionalistas, da Universidade Federal de Goiás (GEF/UFG); e do Grupo de Estudos e Pesquisas em Sociolinguística, da Universidade Estadual de Goiás (Sociolinco/UEG/Cora Coralina). A partir daí, será realizada uma análise multivariada com o programa R. Espera-se que os resultados apontem para uma variação estável, ou seja, acredita-se que o falante vilaboense, diante da necessidade de expressar a negação sentencial, optará ora por NEG1 ou NEG2, ou, mais remotamente, por NEG3, sem prejuízo ao valor de verdade da sentença (LABOV, 2008), seguindo a tendência que também ocorre em comunidades de fala.
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