A VOZ QUE ECOA
A RESILIÊNCIA FEMININA E A METÁFORA DO POTEAU-MITAN EM A ILHA DA CHUVA E DO VENTO, DE SIMONE SCHWARZ-BART
Palavras-chave:
A ilha da chuva e do vento, Simone Schwarz-Bart, Matrifocalidade, Poteau-mitan, Resiliência femininaResumo
A partir do romance Pluie et vent sur Télumée Miracle, de Simone Schwarz-Bart, publicado em 1972 e traduzido por Estela dos Santos Abreu como A ilha da chuva e do vento no ano de 1986, pretende-se refletir sobre a reconstituição identitária feminina ao reverenciar a solidez e a resiliência protagonizada pela família Lougandor. Para tanto, a imagem metafórica do poteau-mitan e as vozes matrifocais inseridas no discurso narrativo serão analisadas como bases necessárias à reconfiguração da memorialística social. A voz que ecoa empodera e humaniza ao reconstruir a historiografia negra silenciada pela cultura eurocêntrica. A simbologia da “mulher-coragem” (GRACCHUS, 1986) vista como elemento motor e porta voz no âmbito social e a representação da “mãe negra superforte” (COLLINS, 2019) serão abordadas de acordo com o papel da mulher inserida no seio familiar, bem como no centro das relações humanas reconfiguradas historicamente. Outra perspectiva a ser analisada será a representação da contadora de histórias inserida na narrativa schwarz-bartiana. Nesse sentido, A ilha da chuva e do vento enaltece a resistência presente na vida das personagens schwartz-bartianas: apesar das chuvas e dos ventos, a potência feminina sobrevive e permanece firme em sua verticalidade ao resplandecer com orgulho e protagonismo.
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