A IDENTIDADE BRASILEIRA PRESENTE EM TEMPOS FANTÁSTICOS
Palavras-chave:
Fantástico, Leitura, Ensino MédioResumo
No Brasil, o fantástico ainda é considerado um gênero marginal. Por seu caráter lúdico, é comumente mais trabalhado nos anos iniciais da Educação Básica. Contudo, a ficção fantástica (sobretudo aquela escrita por autores nacionais) é usualmente preterida na formação do leitor no Ensino Médio. Notamos que o fantástico nacional, em sua aplicação no contexto de ensino, permanece invisibilizado. Logo, percebemos a necessidade de abordar textos literários que auxiliem na formação de jovens leitores e que também representem a cultura brasileira. Temos como objeto de análise o jornal satírico de ficção fantástica Tempos Fantásticos, criado por Angelo Dias. Elenca-se como objetivo geral: analisar o jornal fictício Tempos Fantásticos, e como objetivos específicos: explorar os elementos da cultura brasileira na obra e examinar seu potencial didático para turmas do Ensino Médio. Esta pesquisa é fundamentada nos conceitos de fantástico de Todorov (2008), de leitura Petit (2009) e de Martins (1982) e de planejamento de Menegolla e Sant'Anna (2014). Constatamos que Tempos Fantásticos, trabalhado no contexto de ensino, instiga a leitura do público jovem através da temática fantástica e do teor cômico. Além disso, tanto a escrita quanto os elementos típicos da cultura brasileira na obra mencionada, causam ao leitor a noção de representatividade. Concluímos que o fantástico brasileiro apresenta uma grande relevância na educação literária.
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