CORES E CULTURAS

A RELAÇÃO DE ESTEREÓTIPOS ENTRE A BONECA BARBIE E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA

Autores

  • Harumi Vitoria Fukuchima Universidade Estadual de Goiás
  • Marília Silva Vieira Pereira Universidade Estadual de Goiás

Palavras-chave:

Língua Inglesa, Estereótipos, Interculturalidade, Perspectivas críticas

Resumo

Este trabalho visa refletir sobre os estereótipos presentes no ensino de língua inglesa a partir de uma comparação com a boneca “Barbie”, abordando como ambos são permeados pelos padrões coloniais e hegemônicos presentes em nossa sociedade. Nessa direção, temos como objetivo geral promover uma reflexão crítica sobre as práticas educativas no ensino de língua inglesa e as propostas apresentadas na Base Nacional Comum Curricular, destacando a relevância de uma abordagem intercultural que valorize a diversidade e as histórias silenciadas. Mais especificamente, questionar um ensino de língua inglesa que se concentra em modelos britânicos e americanos, que desconsideram a diversidade de variantes globais. A fundamentação teórica baseia-se em autoras e autores como, Ann Ducille, Angela Lamas Rodrigues, e Rosani de Fátima Fernandes, que discutem representações estereotipadas de cultura e a necessidade de romper com a visão eurocêntrica. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, que segue procedimentos da análise documental. Dentre os resultados, percebemos que, apesar de haver uma proposta apresentada pela BNCC, os modelos vigentes para o ensino de língua inglesa ainda se concentram em um modelo padronizado e totalmente colonial. Romper com estereótipos e construir um espaço educacional onde todas as culturas e identidades sejam respeitadas e celebradas é a única maneira possível formar cidadãos críticos e conscientes, capazes de valorizar a pluralidade das experiências humanas.

Biografia do Autor

  • Harumi Vitoria Fukuchima, Universidade Estadual de Goiás

    Mestranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (UEG) L1. Cidade de Goiás – GO.

  • Marília Silva Vieira Pereira, Universidade Estadual de Goiás

    Doutora em Linguística Professora no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (UEG).

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Publicado

2025-03-12