A IMAGEM DO NEGRO EM ÚRSULA DE MARIA FIRMINA DOS REIS E A "A CANÇÃO DO AFRICANO" DE CASTRO ALVES
Palavras-chave:
Romantismo. , Escravizados. , Literatura.Resumo
O romantismo brasileiro, mais que um movimento artístico e literário, também foi participativo nas construções das primeiras ideologias da nação brasileira recém-independente. Assim como o país buscava se legitimar frente à Coroa, suas literaturas também buscavam uma espécie de autenticidade. O objetivo deste artigo permeia em análises de cunho comparativo, nas representações da escravização oitocentista em literaturas brasileiras, com foco no romance Úrsula, de Maria Firmina dos Reis, e o poema A Canção do Africano, de Castro Alves. Na tentativa de observar aproximações ou até mesmo diferenciações de como a imagem do negro e a representatividade de uma época escravista são abordadas nessas literaturas, se faz necessário a análise não só das obras, como também de seus escritores e o contexto em que estavam inseridos. Portanto, este trabalho está amparado sob a luz de teóricos como Antonio Candido (2002) e Abdias do Nascimento (2016), para compreensão do processo do romantismo no Brasil e a construção da imagem do negro e do racismo. É adotada uma abordagem qualitativa e interpretativa, nas quais, dentre das possíveis conclusões, entende-se que, por mais que literaturas tenha suas múltiplas diferenciações, a imagem do negro que foi trabalhada se aproxima de obras abolicionistas e expressando o poder da imortalidade literária, que perpassam o tempo e continuam estabelecendo significados.
Referências
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