A DISTOPIA COMO FERRAMENTA DE CRÍTICA FEMINISTA EM BOAS MENINAS NÃO FAZEM PERGUNTAS, DE LUCAS MOTA

Autores

Palavras-chave:

Distopia, Crítica feminista, Patriarcalismo, Feminismo

Resumo

O objetivo do artigo consiste em examinar como a distopia de crítica feminista oferece avaliações críticas às estruturas patriarcais e promove conscientização e resistência. A distopia é um tipo de narrativa cuja proposta é fazer uma crítica ao pensamento positivo e otimista, especialmente em relação ao futuro. Para isso, os autores de distopias costumam refazer a engenharia social com o intuito de enfatizar aquilo que socialmente deu errado, criando verdadeiros mapas do inferno. A distopia de crítica feminista costuma realçar enredos em que a crítica recai em um modelo patriarcal de cerceamento de direitos das mulheres. A distopia, embora ambientada em futuros às vezes distantes, reafirma a ligação entre o real e o imaginário, uma conexão que a utopia tradicional frequentemente obscurece. Assim, embora algumas narrativas sejam fantasiosas, elas sempre estão ligadas à nossa realidade. O romance Boas meninas não fazem perguntas, do autor Lucas Mota (2018), é um livro que explora a jornada de empoderamento feminino e questiona as normas sociais impostas às mulheres desde a infância. Para essa pesquisa foram utilizados teóricos como Fatima Vieira (2010), Chris Ferns (1999), bell hooks (2018) e Ildney Cavalcanti (2003).

Biografia do Autor

  • Taynara Ramos Batista Aires, Universidade Estadual de Goiás

    Mestranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade da UEG campus Cora Coralina. 

  • Viviane Faria Lopes, Universidade Estadual de Goiás

    Pós-doutora em Literatura pela Universidade de São Paulo (USP) e Doutora em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB). Pesquisadora e professora na Universidade Estadual de Goiás (UEG), atuando no Programa de Pós-Graduação em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI).

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Publicado

2025-03-12