RELAÇÕES HORIZONTAIS DE APRENDIZAGEM NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Autores

  • Paulo Silas Corrêa Universidade de Taubaté (UNITAU)

Palavras-chave:

Educação linguística crítica, Aulas de Língua Portuguesa, Educação dialógica

Resumo

Herdado de uma estrutura vertical do período colonial, o sistema educacional brasileiro, muitas vezes, impõe saberes de forma unilateral, como discutem Walsh (2012) e Quijano (2000). Essa prática reforça hierarquias sociais que silenciam as vozes dos estudantes, tornando-os receptores passivos do conhecimento. Nas escolas, essa lógica se reflete em uma pedagogia colonizadora presente nas relações entre docentes e discentes. O objetivo deste artigo é refletir sobre como promover rupturas epistemológicas nas aulas de língua portuguesa, através de relações de aprendizagem horizontais, apoiadas pela Educação Linguística Crítica (ELC), conforme autores como Freire (1996), Rocha (2018) e Ferraz (2018). A base teórica inclui os trabalhos de Walsh (2012), que discute a colonialidade e a interculturalidade crítica, e Quijano (2000), que aborda a colonialidade do poder e a necessidade de reestruturar o conhecimento em um contexto pós-colonial.  A metodologia de pesquisa é bibliográfica, a qual permitirá reflexões que indiquem que a adoção de práticas pedagógicas críticas e horizontais pode criar um ambiente inclusivo e reflexivo, promovendo transformações sociais. Por fim, a proposta da ELC, apoiada por Ferraz (2018) e Rocha (2018), busca romper com essas hierarquias, construindo saberes de forma coletiva e promovendo a participação ativa e o pensamento crítico. Freire (1996), em sua pedagogia crítica, defende uma educação horizontal e dialógica, rompendo com práticas autoritárias e conscientizando os oprimidos. O professor deixa de ser o detentor exclusivo do saber, e os estudantes assumem uma postura ativa na construção do conhecimento. Esse processo de horizontalização permite rupturas epistemológicas que desafiam estruturas coloniais e pedagógicas excludentes, conforme Rocha (2018).

Biografia do Autor

  • Paulo Silas Corrêa, Universidade de Taubaté (UNITAU)

    Mestrando em Linguística Aplicada pela Universidade de Taubaté (UNITAU), onde desenvolve pesquisas sobre ensino crítico de língua inglesa e atividades sociais (Liberali, 2009) na educação. É graduado em Letras Português-Inglês pela Anhanguera e possui pós-graduação em Gramática e Uso pela Universidade de Taubaté (UNITAU)

Referências

FERRAZ, D. M. Perspectivas críticas de educação linguística no Brasil: trajetórias e práticas de professoras (es) universitárias(os) de inglês. Organização de Rosane Rocha Pessoa, Viviane Pires Viana Silvestre. São Paulo: Pá de Palavra, 2018.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

LEITE, L. H. A.; RAMALHO, B. B. M.; CARVALHO, P. F. L. D. A educação como prática de liberdade: uma perspectiva decolonial sobre a escola. Educação em Revista, v. 35, p. e214079, 2019.

LIBERALI, F. C. Atividades sociais nas aulas de língua: a perspectiva sócio-histórico-cultural para a educação crítica. Campinas: Mercado de Letras, 2013.

MARX, K; ENGELS, F. A ideologia alemã. Introdução de Jacob Gorender. Tradução de Luis Claudio de Castro e Costa. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

PESSOA, R. R.; SILVESTRE, V. P. V.; MÓR, W. M.(orgs.). Perspectivas críticas de educação linguística no Brasil: trajetórias e práticas de professoras(es) universitárias(os) de inglês. 1. ed. São Paulo: Pá de Palavra, 2018.

QUIJANO, A. El fantasma del desarrollo en América Latina. Revista venezolana de economía y ciencias sociales, Caracas, n. 2, 2000a.

QUIJANO, A. Modernidad y democracia: intereses y conflictos. Anuario Mariateguiano, Lima, v. XII, n. 12, 2000b.

ROCHA, C. H. Perspectivas críticas de educação linguística no Brasil: trajetórias e práticas de professoras (es) universitárias(os) de inglês. Organização de Rosane Rocha Pessoa, Viviane Pires Viana Silvestre. São Paulo: Pá de Palavra, 2018.

TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 2003.

WALSH, C. Interculturalidad crítica y (de)colonialidad: ensayos desde Abya Yala. Quito, Equador: Abya Yala, 2012.

WALSH, W. Linguagens e educação: uma perspectiva crítica. 1. ed. São Paulo: Editora XYZ, 2012.

Downloads

Publicado

2025-03-12