ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À MULHER VITÍMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL: ABORTAMENTO
Resumo
RESUMOIntrodução: A violência sexual é um problema mundial que tomou proporções extraordinárias e assustadoras nos últimos anos. No Brasil a cada 12 segundos uma mulher é estuprada. Até 39% dessas mulheres terão sido estupradas mais de uma vez em sua vida. A violência sexual traz várias consequências como, traumatismos físicos, psicológicos, doenças sexualmente transmissíveis, hepatites virais, infecção pelo HIV, gravidez indesejada e, caso a mulher esteja grávida, a difícil decisão de efetuar o abortamento sentimental. Objetivo: Analisar a produção cientifica sobre a atuação do enfermeiro na assistência à mulher violentada bem como sua postura diante do abortamento legal. Metodologia: O estudo trata-se de uma pesquisa do tipo qualitativa, quantitativa e descritiva com análise bibliográfica de dados. Foi utilizada como fonte a base de dados Biblioteca Virtual de Saúde – BVS. Foram pesquisados artigos sobre mulheres violentadas em idade reprodutiva e a assistência de enfermagem prestada à estas. Foram incluídos artigos publicados nos últimos 10 anos em português com dados do Brasil. Foram excluídos artigos que abordassem sobre abortamento clandestino, outros tipos de abortamentos e violência sexual infantil. Resultados e Discussão: A busca resultou na inclusão de 7 artigos que contemplam o tema proposto. Cinco artigos (71, 4 %) são de pesquisa; um artigo (14, 3%) de revisão de literatura e um artigo (14, 3%) fala sobre estudo de caso. Quanto ao ano de publicação um artigo (14,3%) é de 2004; um artigo (14,3%) é de 2007; três artigos (43%) são de 2008; e dois artigos (28,5%) são de 2013. Os trabalhos mostram que as vítimas de violência sexual ainda encontram dificuldades em procurar ajuda nas instituições de saúde. Muitos enfermeiros carregam em si conceitos morais que interferem no pleno atendimento às vítimas e muitos não estão preparados emocionalmente e/ou profissionalmente para atender estas pacientes. Outro problema encontrado é a dificuldade da vítima em contar o fato à família, familiares ou cônjuge. Apesar das dificuldades enfrentadas por estas vítimas seus direitos continuam garantidos e a decisão de abortar ou não é ainda no Brasil pertencente à mulher. Conclusão: A violência sexual é um dos problemas sociais mais negligenciados no segmento da saúde pública em grande parte por desconhecimento de sua frequência e das graves consequências que acarretam para a saúde física e mental das pacientes. O enfermeiro, muitas vezes, é o primeiro profissional que a vítima tem contato e deve tornar-se o facilitador da assistência prestada com um atuar humanizado, acolhedor e esclarecedor dos direitos que ela tem. É essencial que o profissional consiga manter um relacionamento pleno com a cliente devendo observar queixas, dúvidas e ansiedades, assim, cuida para que esta mulher sinta-se acolhida e que não volte com mais traumas ao reinserir-se em seu meio social.
Palavras-Chave: Assistência de enfermagem; violência sexual.