O POPULAR E AS MASSAS: O CINEMA ALÉM DA ARTE, DA AUTORIA E DO CÂNONE

Autores

  • César Henrique Guazzelli e Souza PUC-GO

Palavras-chave:

Cinema popular, massas, arte, política dos autores, cânone cinematográfico.

Resumo

Resumo: Desde a década de 1970, o interesse dos historiadores pelo cinema como objeto, 
fonte documental e discurso sobre o passado tem amadurecido no âmbito acadêmico. Esse 
interesse, contudo, parece ainda repousar sobre uma dicotomia que opõe um certo 'mal 
cinema' a um conjunto de narrativas que se distanciam desse grupo e assumem o valor de 
'bom'. O primeiro grupo é percebido como hedônico, oportunista e compromissado 
sobremaneira com o lucro e com a catarse das massas; nele, o cinema não é visto como uma 
forma de arte ou como uma linguagem afeita ao intelecto, mas como indústria do 
entretenimento. O segundo grupo é assumido como crítico e vanguardista e, desse modo, 
necessariamente se distancia do primeiro, formando ‘núcleos privilegiados’ que se apropriam 
da linguagem do cinema como uma forma de expressão erudita. Essa dicotomia normalmente 
se revela sob três formas básicas. A primeira, opõe o cinema de arte ao cinema comercial. A 
segunda, o cinema de autor ao cinema de gênero. A terceira privilegia os contrastes entre os 
filmes de melodrama e os cinemas de ruptura. Tal oposição tem como base o conceito de arte 
descompromissada ou 'l'art pour l'art', que parte dos trabalhos de Baumgarten no século XVIII 
e tem fortes reverberações nos escritos de Kant, Shlegel e Schopenhauer, ganhando 
notoriedade no séc. XX entre estetas anglófonos.

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Publicado

2014-01-27

Edição

Seção

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