O POPULAR E AS MASSAS: O CINEMA ALÉM DA ARTE, DA AUTORIA E DO CÂNONE
Palavras-chave:
Cinema popular, massas, arte, política dos autores, cânone cinematográfico.Resumo
Resumo: Desde a década de 1970, o interesse dos historiadores pelo cinema como objeto,fonte documental e discurso sobre o passado tem amadurecido no âmbito acadêmico. Esse
interesse, contudo, parece ainda repousar sobre uma dicotomia que opõe um certo 'mal
cinema' a um conjunto de narrativas que se distanciam desse grupo e assumem o valor de
'bom'. O primeiro grupo é percebido como hedônico, oportunista e compromissado
sobremaneira com o lucro e com a catarse das massas; nele, o cinema não é visto como uma
forma de arte ou como uma linguagem afeita ao intelecto, mas como indústria do
entretenimento. O segundo grupo é assumido como crítico e vanguardista e, desse modo,
necessariamente se distancia do primeiro, formando ‘núcleos privilegiados’ que se apropriam
da linguagem do cinema como uma forma de expressão erudita. Essa dicotomia normalmente
se revela sob três formas básicas. A primeira, opõe o cinema de arte ao cinema comercial. A
segunda, o cinema de autor ao cinema de gênero. A terceira privilegia os contrastes entre os
filmes de melodrama e os cinemas de ruptura. Tal oposição tem como base o conceito de arte
descompromissada ou 'l'art pour l'art', que parte dos trabalhos de Baumgarten no século XVIII
e tem fortes reverberações nos escritos de Kant, Shlegel e Schopenhauer, ganhando
notoriedade no séc. XX entre estetas anglófonos.
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Publicado
2014-01-27
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