Entre a prosperidade e o ódio: reflexões sobre a suástica a partir do caso do cemitério São Miguel da Cidade de Goiás (1936)

Autores

  • Frederico Tadeu Gondim Universidade Federal de Goiás

Palavras-chave:

Cemitério; Suástica; Cidade de Goiás

Resumo

Resumo: Esta pesquisa partiu do estranhamento causado por um símbolo peculiar inscrito em uma lápide do Cemitério São Miguel da Cidade de Goiás e que remete a um austríaco falecido na antiga capital em 1936: trata-se da suástica. O estranhamento decorre de preconcepções historicamente elaboradas em torno do símbolo, hoje visto como “símbolo nazista”, impregnado dos crimes de ódio promovidos por Hitler e seus seguidores; por isso mesmo, em choque com a realidade do campo santo. Por outro lado, a pesquisa bibliográfica mostra que a suástica é um símbolo milenar no passado dos povos indo-europeus, apresentando função decorativa em objetos de seu cotidiano, podendo ser percebida também como um amuleto de boa sorte (WILSON, 1896). No sânscrito, seu nome remete à prosperidade, enquanto o Budismo conferiu-lhe um caráter sagrado. Ressignificada por Hitler, imbuiu-se do terror e violência nazistas, que culminaram no Holocausto. No ano de falecimento do austríaco na Cidade de Goiás, porém, a suástica podia ser vista ainda como expressão de um partidarismo, sendo possivelmente está a memória do morto legada aos vivos. Símbolos, portanto, devem ser contextualizados, para se pensar seus significados múltiplos e, por vezes, contraditórios.

Palavras-chave: Cemitério. Suástica. Cidade de Goiás.

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Publicado

2019-10-09

Edição

Seção

ST 4: Religiosidades, festas, saberes e fazeres populares no Brasil