Arqueologia da região de Santarém/PA:

uma releitura da história da pesquisa com a Cerâmica Tapajó nos Sítios Porto e Aldeia, Baixo Tapajós, Amazônia

Resumo

Este artigo é uma reelaboração da aula no curso de extensão História e Cultura Indígena - 5ª edição, intitulada: Arqueologia da região de Santarém, que abordou as ocupações indígenas pré-coloniais no baixo Tapajós, com foco nos sítios Porto e Aldeia, Santarém/PA. As evidências arqueológicas revelam sociedades complexas, com produção de cerâmica ritual sagrada, manejo agrícola com formação de terras pretas em áreas de várzeas e terra firme. A partir de uma trajetória acadêmica e docente comprometida com os saberes tradicionais, proponho uma arqueologia indígena viva, que valoriza a agência dos povos originários e promove o diálogo entre ciência, conhecimento ancestral e uma pedagogia decolonial. As escavações e análises estratigráficas evidenciam redes de intercâmbio cultural, diversidade ceramista e padrões de assentamento organizados, desafiando interpretações coloniais sobre a Amazônia. O trabalho destaca a relevância das comunidades indígenas como protagonistas históricos e defensores de seus territórios e saberes, reafirmando a centralidade de abordagens colaborativas e epistemologias plurais na produção do conhecimento arqueológico.