Meningioma encefálico em cães
Resumo
Objetivou-se realizar revisão da literatura acerca da patogenia, diagnóstico e tratamento de meningiomas em cães. Meningiomas são neoplasias encefálicas comuns que acometem o sistema nervoso central em cães. São tumores extra axiais e podem se originar em qualquer uma das três meninges (dura máter, aracnoide ou pia máter), porém a aracnoide é a origem mais comum dessa neoplasia. Podem se desenvolver no assoalho do tronco encefálico e menos comuns na região olfatória e no cerebelo. Existem 9 subtipos de meningiomas, sendo a grande maioria de origem benigna, entretanto alguns podem apresentar malignidade. No geral, o meningioma apresenta crescimento lento e raramente gera metástase e frequentemente não invade tecidos adjacentes. Essas características podem ser consideradas benignas do ponto de vista histopatológico, no entanto o crescimento de uma massa dentro do espaço intracraniano, que é inexpansivel, gera alterações primárias e secundárias, como a compressão de estruturas adjacentes, aumento da pressão intracraniana e edema, que são malignas do ponto de vista biológico, por proporcionarem piora na qualidade de vida. Demonstram predileção racial para as raças Golden retriever, boxer e Schnauzer miniatura, sendo que cães sem raça definida também são acometidos. Estes tumores únicos majoritariamente acometem cães acima de 7 anos de idade, sem predileção por sexo. Os sinais clínicos dependem da localização, tamanho e da taxa de crescimento da neoplasia, podendo estar relacionados com a compressão de estruturas adjacentes, invasão direta dos tecidos, interrupção da circulação, inflamação e necrose e crises convulsionais. O diagnóstico pode ser estabelecido por análise histopatológica, realizada por meio de biópsia ou necropsia. O tratamento pode ser realizado com a cirurgia para retirada do tumor, após avaliação de sua localização e tamanho e usando tratamento sintomático com o uso de corticosteroide e anticonvulsivante.