O bem estar no manejo de vacas leiteiras

Resumo

Objetivou-se identificar como o manejo interfere no bem estar de vacas leiteiras. O diagnóstico de bem estar compreende a observação do comportamento animal e de indicadores fisiológicos e sanitários. Historicamente o bem estar dos animais de produção foi ofuscado pela busca de melhores índices zootécnicos. Desde a década de 60 a sociedade passou a conhecer os sistemas de produção animal e a exigir a criação de animais de maneira mais humanitária. Na bovinocultura leiteira existe intensa interação entre humanos e animais durante as atividades de rotina como ordenha, alimentação e cuidados sanitários. A interação no momento da ordenha pode causar mudanças comportamentais da vaca. A fisiologia constitui importante instrumento no diagnóstico do bem estar animal. Dentre as medidas fisiológicas estão aquelas decorrentes da ativação do sistema nervoso autônomo, como alterações das frequências cardíaca e respiratória que é possível detectar, também, alterações na concentração de hormônios adrenocorticais como consequência de estímulos adversos. O comportamento também constitui importante instrumento no diagnóstico de bem estar animal, o conhecimento do comportamento natural do animal é importante para se diagnosticar e aprimorar seu grau de bem estar. As vacas leiteiras brasileiras têm, em geral, acesso ao pasto, este fato favorece potencialmente um maior grau de bem estar, desde que seja disponibilizado sombreamento e que outros problemas evitáveis sejam resolvidos. O manejo aversivo resulta em animais mais reativos e com maior ocorrência de defecação na sala de ordenha, alterando assim o seu comportamento e prejudicando o bem estar animal, com diminuição da produção de leite, sem alterar as características químicas e a contagem de células somáticas. Para que os animais se encontrem em bem estar, é melhor que facilite o manejo diário com as vacas e que os condutores da sala de ordenha saibam conduzir aquele momento, para assim conseguir resultados de qualidade.