Prolapso uterino em vacas: causas, sintomas, prevenção e tratamento

Autores

  • Alexandre Lucas Pereira do Carmo
  • Amanda de Freitas Miranda
  • Sandra Regina Pires de Moraes

Resumo

O prolapso uterino é o movimento de eversão do órgão que se exterioriza pelos lábios vulvares. A ocorrência do prolapso uterino é mais comum em bovinos e pequenos ruminantes, tem como fator predisponente o decúbito como consequência da paralisia dos membros pélvicos e/ou torácicos, além do confinamento, da falta de exercícios, tração excessiva do feto em casos de distocia, manipulação nos casos de retenção da placenta e qualquer causa que predisponha a atonia uterina. O prolapso vaginal em vacas ocorre em um primeiro momento no terço final da gestação, podendo ocorrer no pós-parto imediato. No final da gestação, a combinação do relaxamento dos ligamentos pélvicos e perineais, induzidos pelos hormônios que predominam nesta fase, associado ao aumento do tamanho uterino gravídico, leva ao prolapso, especialmente quando o animal está em decúbito. A predisposição hereditária desta condição está relacionada a algumas raças bovinas, mas também existem fatores não genéticos que contribuem para o aparecimento do problema. O prolapso vaginal é mais comum em pluríparas do que em primíparas, e a recidiva em uma gestação subsequente é quase certa. Os principais sinais clínicos observáveis são aumento de volume e tamanho variável na região caudal, expondo o endométrio uterino. O diagnóstico da enfermidade é óbvio, contudo, a palpação retal deve ser realizada para determinar a viabilidade fetal e a localização da bexiga. A ultrassonografia pode ser realizada, caso o diagnóstico da viabilidade fetal ou do posicionamento da bexiga seja incerto. Muitas técnicas são descritas para o tratamento do prolapso, porém nenhuma é ideal para todas as situações, as intervenções cirúrgicas, vulvoplastias, são precedidas por anestesia epidural e geralmente revertem o prolapso; no entanto, se nenhuma causa específica, como trauma, for identificada, a condição deverá ser considerada como um defeito genético, e a vaca e sua progênie terão que ser descartadas do rebanho. As principais consequências da ocorrência de prolapsos uterinos são as dificuldades que eles acarretam na vida reprodutiva da vaca, a supressão de saúde e bem-estar do animal e o prejuízo do produtor ou proprietário que arca com altos gastos com tratamentos veterinários e decadência da atividade reprodutora da vaca.

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Publicado

2022-07-08