A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

os discursos do sujeito professor de língua portuguesa

Resumo

Resumo: Esta pesquisa, em andamento, analisa os efeitos de sentidos e formações discursivas nos enunciados dos sujeitos professores de Língua Portuguesa, do Ensino Fundamental II, da rede pública estadual da Cidade de Goiás, em relação à proposta da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Considerando esse caráter e as determinações que o referido documento pode instituir no processo educacional, nosso objetivo, portanto, é analisar a discursivização sobre a BNCC pelos professores, no intuito de compreender os efeitos de sentidos e posições-sujeito que funcionam nessa trama discursiva. Utilizamos como corpus entrevista semiestruturada de três professores de língua Portuguesa do Ensino Fundamental II de duas escolas públicas, na Cidade de Goiás, e também buscamos fazer alguns recortes do componente Língua Portuguesa da BNCC para uma análise comparativa. Para isso, buscamos fundamentação teórica no arcabouço da Análise do Discurso francesa por meio dos postulados de Pêcheux (1990, 2009, 2014) também recorremos aos postulados de Foucault (2009) acerca do sujeito para entender melhor o sujeito professor recorremos também à Orlandi (2015), dentre outros. Nos enunciados analisados, identificamos que o sujeito professor, em grande parte das formulações a respeito da BNCC, individuado pelo Estado com suas políticas linguísticas, identifica-se com a formação discursiva dominante ao filiar seu discurso a uma memória discursiva, que retoma os já ditos sobre a educação, atualizando-os. Mas, em algumas formulações, percebemos que os sentidos vão à outra direção, pois ele afirma o fato de tais políticas serem um sistema de massacre, deixando de considerar a realidade da escola. E é aí que observamos a resistência do sujeito-professor, que passa a questionar a prática autoritária prescrita pelos documentos em relação ao ensino de Língua Portuguesa