Escola Pública Bilíngue
(re)leituras sobre o desenvolvimento profissional docente a partir de espaços educativos
Resumo
Partimos do pressuposto de que a escola pública bilíngue, a partir de seus professores e pelo engajamento às práticas sociais, pode assumir a linguagem também pelos seus espaços educativos para materializar conhecimentos coletivos e colaborativos. Ademais, entendemos que espaços como o pátio, o refeitório, os corredores imprimem significado às práticas de linguagem, quando organizados de maneira intencional. Por isso, objetivamos compreender as relações de sentido dos espaços educativos de escolas públicas bilíngues com o desenvolvimento profissional docente (Marcelo, 2009; Nóvoa, 2022) em interface à educação linguística (Jordão, 2018). O percurso metodológico se constitui qualitativamente, por viés de pesquisa participante, cujo objeto de análise são fotos de espaços educativos, fotografadas por professores de duas escolas públicas bilíngues que traduzem elementos à educação linguística e convergem à identidade docente. A partir disso, nos debruçamos sobre aspectos que indicam como os espaços da escola bilíngue podem assumir processos de ensinar e de aprender constitutivos de procedimentos interpretativos, maneiras de ser e estar, de se relacionar e de repensar as possibilidades de renovação da escola. Nesse sentido, nossas perspectivas sobre formação docente estabelecem relações de sentido sobre desenvolver-se profissionalmente em uma escola pública bilíngue. Para tanto, algumas conclusões posicionam a translinguagem como uma práxis de linguagem, que para além dos repertórios linguísticos, incide na identidade coletiva docente, no modo como leem, ligam-se e negociam sentidos aos contextos de ação e de cotidianidade escolar. Na escola pública bilíngue, os espaços também nos falam, e portanto, se inscrevem em nós, nos formam professores.