Tempo e espaço e natureza em O Guarani de José de Alencar: novos olhares sobre as implicações do romantismo no(s) projeto(s) de nação no Brasil do século XIX

Resumo

Há tempos reconhecido como a matriz principal dos semióforos que balizaram o(s) projeto(s) de nação no Brasil oitocentista, o romance O Guarani de José de Alencar ainda é digno de diversas revisitações por parte da historiografia brasileira contemporânea, sobretudo aquela que vem procurando pistas e entrecruzamentos no território de interface entre literatura e história. No que compete ao presente estudo, far-se-á uma análise das implicações do romantismo na orientação/sedimentação do nacionalismo brasileiro tendo como parâmetro, sobretudo, o tratamento dado as noções de tempo e de espaço escoimadas pela retórica do exotismo, da exuberância, e da redenção que a natureza então abrigaria. Importa também investigar, em contrapartida, a recepção crítica da obra por parte dos agentes que direta ou indiretamente tangenciaram a tessitura intrincada, e ambígua do edifício nacional brasileiro que, ao tempo em questão, urdia como um dos principais fundamentos da produção literária e historiográfica que, sob “as barbas do imperador” foram doravante gestadas.

Palavras-chave: tempo, espaço, nação, historiografia, história, literatura, geografia