O ESPAÇO LITERÁRIO COMO CONSTITUIDOR DA PERSONAGEM EM “O CORTIÇO”, DE ALUÍSIO AZEVEDO

Autores

  • Maysa Peres Arruda UEG

Palavras-chave:

Espaço, Personagem, Cortiço.

Resumo

Por muito tempo, no campo dos estudos literários, era comum dar ênfase somente aos estudos sobre o tempo, o narrador e personagens nas narrativas. Desse modo, eram escassas as pesquisas que tinham o espaço como objeto de estudo, o qual era colocado somente como o local em que as ações se passavam, ou seja, o espaço era visto como um simples componente da cena descritiva. A partir do século XX alguns teóricos voltaram sua atenção para o espaço ficcional. Com a chegada desse período, o espaço passa a ser retratado com mais proeminência nas obras literárias, afinal como afirma Reis e Lopes (1988, p. 204): “o espaço constitui uma das mais importantes categorias das narrativas, não só pelas articulações funcionais que estabelece com as categorias restantes, mas também pelas incidências semânticas que o caracterizam”. Nesse sentido, segundo Bachelard (1989), a criação do espaço em uma obra literária possui várias funções, por isso, não pode ser limitado a somente uma característica. E dentre as várias funções desempenhadas pelo espaço merece destaque a de caracterizar as personagens, influenciá-las e também sofrer ações, propiciar a ação, situar a personagem geograficamente, representar os sentimentos vividos por elas, estabelecer contraste e antecipar a narrativa. Diante disso, esta pesquisa visa mostrar a atuação desse elemento ficcional na obra “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo, integrante do movimento naturalista, a qual tem como personagem principal o espaço. Assim, analisar-se-á as transformações que o espaço literário causam nas personagens. Na obra de Azevedo, o espaço “ao mesmo tempo em que representa o espaço físico, estampa a formação de uma nova espacialidade social, que definirá a constituição do ambiente urbano brasileiro” (KHALIL, 2010, p. 215). A pesquisa será bibliográfica com base nos pressupostos de Focault (1968; 2001), Moisés (1997), Barthes (2007), entre outros.

Publicado

2013-03-27