ARCADISMO E ROMANTISMO NA OBRA DE MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE

Autores

  • Daniela Fúrfuro GODOY
  • Diêgo Martins da COSTA
  • Maria Aparecida Barros de Oliveira CRUZ

Resumo

Manuel Maria de Barbosa du Bocage viveu numa época em que os poetas se agrupavam em torno de associações literárias denominadas Arcádias, entretanto, dono de um temperamento polêmico e insatisfeito, Bocage não conseguiu se submeter às normas dessas instituições, renegando-as. No cenário literário, o poeta é conhecido como o precursor da estética romântica em Portugal, dado o seu apreço pela morte e por outros temas ligados a essa escola literária. Nessa comunicação objetivamos identificar traços das estéticas arcádicas e românticas em alguns de seus poemas. Para tanto, inicialmente, destacaremos o contexto histórico e literário do Arcadismo e do Romantismo, com o propósito de nele situar a obra bocageana. Na sequência, nos dedicaremos à análise de alguns de seus poemas. A poesia de Bocage adquire um tom pessoal que se contrapõe à impessoalidade que caracterizava a fase arcádica. Também se destaca pela ausência de convencionalismo proposto pela escola literária em que estava inserido e pelos arroubos marcadamente pessimistas. De certo modo, parece que sentimento e razão duelam dramaticamente no interior do poeta. Em “Sobre estas duras, cavernosas fragas”, por exemplo, percebe-se a oscilação entre características arcádicas,
que lentamente dão lugar às desequilibradas características românticas. Além desse poema, também analisaremos: “Meu ser evaporei na lida insana”; “Já Bocage não sou!” e “À cova escura”, que revelam traços autobiográficos, românticos e arcádicos, sendo esses últimos marcados pelo retorno à mitologia greco-romana e pelo equilíbrio de emoções. Daí o lugar do escritor enquanto poeta de transição. A Análise contará com a contribuição de Jorge MIGUEL,1986, e Massaud MOISES, 2002, principalmente.

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Publicado

2017-05-05