PROBLEMATIZANDO GÊNERO E SEXUALIDADE EM SALA DE AULA:

REFLEXÕES TEÓRICAS A PARTIR DE UMA EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO

Resumo

Este texto discute os desdobramentos de uma experiência de estágio, que, por sua vez, evidenciou como as questões de gênero e de sexualidade podem ser problematizadas em sala de aula por professoras/es de línguas. Para tanto, relaciono a noção de performatividade (AUSTIN, 1976) às questões de gênero e sexualidade (BUTLER, 2017) e aos postulados centrais da Linguística Aplicada Crítica (PENNYCOOK, 2001, 2016; MOITA LOPES, 2016a, 2016b) na tentativa de estabelecer um diálogo entre tais teorias. O repertório usado para discussão decorre de uma experiência de estágio supervisionado, na disciplina Estudos Semânticos e Pragmáticos da Língua Portuguesa, ministrada no sexto período do curso de Licenciatura em Letras, na Universidade Estadual de Goiás (Câmpus Cora Coralina), em que houve a problematização de enunciados performativos que incidem discursivamente sobre os corpos, regulando e normatizando as concepções culturais daquilo que se entende como feminino e masculino. As análises revelam a importância de se introduzir essas discussões no âmbito educacional, mais especificamente no que diz respeito à formação inicial de futuras/os professoras/es de línguas, cujas performances linguísticas, muitas vezes, estão atravessadas por repetições essencialistas sobre gênero e sexualidade.

Palavras-chave: Gênero e sexualidade. Formação de Professores. Performatividade. Linguística Aplicada Crítica.