LETRAMENTOS DE REEXISTÊNCIA

O DIALETO PAJUBÁ E A REINVENÇÃO ATRAVÉS DA LÍNGUA(GEM)

Autores

  • Lílian Barbosa de Morais UEG

Resumo

Recorrem-se às contribuições teóricas, procurando compreender letramentos de reexistência onde, por meio da vivência de um conjunto de práticas sociais, uma comunidade constrói formas de resistência e se reinventa através da língua(gem). O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma reflexão sobre o dialeto pajubá, prática de letramento como resistência a uma condição de marginalização, fruto de construção cultural na e pela língua(gem). O uso desse dialeto pela comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e transgêneros se mostra como lugar de inclusão e proteção, pois práticas de uso social da linguagem são mobilizadas para atender às necessidades dessa comunidade. Pelo uso da linguagem, o sujeito marginalizado cria práticas de letramentos que venham possibilitar a desconstrução de questões culturais e políticas que o marginalizam, ampliando sua posição de sujeito de direitos e que produz conhecimento. Fundamenta-se no estudo sobre letramentos de reexistência (SOUZA, 2009; KLEIMAN; SITO, 2016) como possibilidade de resistir e transformar o discurso discriminatório. No conceito de letramentos concebido como práticas sociais produzidas a partir da necessidade de uma comunidade, necessidades estas levantadas a partir de releitura do significado de contextos, partindo do pressuposto que a linguagem é, também, uma prática social que considera momentos históricos e sociais (KLEIMAN, 2014; STREET, 2006; MONTE MOR, 2007). Na contextualização do dialeto pajubá, enquanto prática social que produz sentidos outros (ARAÚJO, 2018). Nos estudos sobre identidade cultural (HALL, 2015) e interculturalidade (CANCLINI, 2005). Esse trabalho adota uma pesquisa de análise bibliográfica para a discussão do tema proposto. Nesse sentido, nas práticas de letramentos de reexistência, o dialeto pajubá se insere, promovendo o protagonismo, a autonomia e a produção de cultura pela comunidade trans, como possibilidade de reinvenção e reconstrução de leituras a respeito dos estereótipos delineados para esse sujeito.

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Publicado

2019-12-26

Edição

Seção

FORMAÇÃO DE PROFESSORAS/ES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA