PINTANDO O FUTURO: (RE)SIGNIFICANDO O LÁPIS “COR DE PELE”
Resumo
A escola não é neutra (APPLE, 2011; CANDAU, 2011), ela (re)produz desvalores arraigados na sociedade, como a discriminação e o preconceito. As/os professoras/es possuem papel fundamental na ressignificação de práticas racistas, problematizando o “normal”, a naturalização da cultura colonizadora que oprime e nega a diversidade sociocultural brasileira. Nessa perspectiva, a presente pesquisa objetiva sugerir a problematização, em sala de aula, do lápis de cor salmão, há muito definido como “cor de pele”, mas que, na realidade, não representa a cor da pele da maioria das/os alunas/os - uma vez que, 56,2% da população brasileira se autodeclara como preta ou parda (PNAD, 2019). Continuar definindo uma única cor como “padrão”, reitera o racismo estrutural (ALMEIDA, 2018), gerando diuturnamente microagressões raciais (SILVA; POWELL, 2016), com efeitos muitas vezes devastadores para as/os alunas/os e para toda a sociedade. Desse modo, são necessárias ações antirracistas em sala de aula, com foco na valorização da identidade racial, conforme prevê a Lei 10.639/2003, e apontam estudos como os de Walsh (2009), Ribeiro (2019), Kilomba (2019), Munanga (2021). A presente pesquisa foi desenvolvida em aulas de educação artística, em uma turma de 5º do ensino fundamental I, com cerca de 10 alunas/os, durante o período de um mês, no ano de 2022, em uma escola pública do município de Faina-GO. Os resultados sobrelevaram a importância de se possibilitar discussões relacionadas à raça, à identidade e à etnia, (re)construindo sentidos mais humanos, dentro e fora da escola. Promover atividades mais críticas e reflexivas é atuar nas frestas, tecendo rachaduras na estrutura colonial e atuando na construção de uma sociedade mais igualitária, baseada na convivência pacífica e no respeito às diferenças.
Palavras-chave: Escola. Educação antirracista. “Cor de pele”.