A importância de uma educação linguística decolonial

Autores

  • Alessandra Harumi Bonito Fukumoto Universidade Federal de Minas Gerais image/svg+xml

Resumo

A importância de decolonizar a educação linguística tem sido cada vez mais discutida. Decolonizar nossas práticas docentes, bem como questionar quais os saberes são valorizados e quais são as escolhas feitas quando ensinamos, nos materiais com os quais lidamos (especialmente aqueles produzidos nos países ditos do “centro”), são atitudes importantes para poder desaprender as estruturas de poder que já estão incorporadas nas nossas instituições, nos nossos saberes, nas nossas subjetividades. A questão fundamental da decolonialidade não pode ser outra, senão aquela que é central para a constituição da colonialidade: a raça. Quando discutimos as heranças históricas que precisam ser reparadas, pouco ou nada falamos sobre a herança histórica de privilégios carregada pelos brancos (BENTO, 2022). Ao silenciarmos em relação a esses privilégios, agimos como se eles nada devessem e de nada usufruíssem desse passado colonial. No ensino de italiano para adultos não é raro que o público seja de pessoas brancas, de classe média e média-alta, muitos dos quais possuem ascendência italiana. E a italianidade carregada por esses descendentes é constituída de colonialidade (BAO, 2015). Me questionei, portanto, sobre o meu papel como professora de língua italiana e de como agir na minha proposta de um ensino de língua crítico e decolonial, aliado das lutas antirracistas. Diante do imaginário que a língua italiana e a ideia de Itália despertam nos aprendizes, entendi que a discussão sobre a branquitude, seus privilégios e os apagamentos que ela provocou precisava acompanhar minha prática. O trabalho proposto aqui é o de discutir a importância de uma formação docente decolonial, a fim de buscar uma práxis crítica e decolonial, de brechas e rupturas, nas quais se possa propor uma educação linguística antirracista.

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Publicado

2022-12-16

Edição

Seção

GT 1 - FORMAÇÃO DE PROFESSORAS/ES DE LÍNGUAS