“WAITING”:

POSSIBILIDADE DE FRUIÇÃO DA PALAVRA LITERÁRIA NAS SALAS DE AULA DE LÍNGUAS

Autores

  • Rúbia Garcia de Paula Universidade Estadual de Goiás image/svg+xml
  • WESLEY LUIS CARVALHAES UEG, UnU Inhumas

Resumo

Pensando a língua(gem) como processo de interação verbal (BAKHTIN 2011; VOLOCHÍNOV, 2021), e nos letramentos como práticas sociais (FERRAZ, 2020) para a cidadania (ROJO, 2004), este trabalho lança luz sobre a palavra literária oriunda do locus social em que se insere a primeira autora – o município de Itauçu, Estado de Goiás –, pensando-a como possibilidade de leitura em salas de aula de línguas, de modo que o ensino ultrapasse a língua pela língua, e toque a língua(gem) na/da comunidade. Propõe-se uma análise da obra reverso, do itauçuense Heitor A. Pereira, especificamente do poema “Wainting” (PEREIRA, 2015, p. 27), que movimenta signos em português e em inglês. Tenta-se compreender como a língua(gem) é mobilizada pelo sujeito lírico do poeta; e que tipo de leitores ela permitiria movimentar, numa possibilidade de leitura mediada na escola, com possíveis desdobramentos extraclasse, já que os letramentos literários ultrapassam muros, e tocam os saberes da comunidade local e global. O trabalho fundamenta-se, sobretudo, nas perspectivas de língua(gem) bakhtinianas;  na noção de leitor-modelo de Eco (2004); nos estudos de letramentos de Rojo (2004) e Ferraz (2020).Uma das conclusões mais relevantes do estudo é a de que, na mesma construção poética, o poeta convoca leitores que ocupem um espaço social a partir do qual sejam capazes de compreender os signos ideológicos em língua portuguesa e inglesa, para que verdadeiramente tomem posse não só do texto, ou do contexto de mundo em que o inglês é tido como uma língua global; mas também da fruição artística proporcionada pela palavra literária expressa em duas línguas que discursivamente se complementam. Daí a importância da educação linguística.

 

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Publicado

2023-02-24