PAPAI NOEL LADRÃO/SANTA THIEF: UM CONTO DE BERNARDO ÉLIS TRADUZIDO PARA O INGLÊS E A DESCONSTRUÇÃO DO MITO DO TRADUTOR TRAIDOR
Resumo
Pensar em tradução é também questionar alguns antigos mitos sobre essa atividade, como o velho adágio italiano – traduttori, traditori – ou seja, como se os tradutores fossem traidores, dadas as barreiras linguísticas, culturais e temporais que se antepõem à difícil tarefa de traduzir, resultando em um novo texto que não recupera o sentido pleno do texto de partida. Nesse contexto, Arrojo (2007), por exemplo, discute e redefine “fidelidade” na tradução, considerando o trabalho do tradutor como fruto de toda sua experiência lida e vivida, resultando em um novo texto fiel às suas idiossincrasias, à sua subjetividade e às suas concepções de mundo, uma vez que é impossível resgatar ou reconstituir as intenções do texto de partida. Nessa perspectiva, este trabalho utiliza trechos selecionados de uma tradução do conto Papai Noel ladrão, de Bernardo Élis, como exemplos para análise que ilustram a problemática enfrentada pelo tradutor, suas escolhas tradutórias e seus “porquês”. Busca-se, portanto, compreender esse processo tradutório e desconstruir velhas crenças, metodologicamente, por meio de pesquisa bibliográfica e aplicação de um questionário ao referido tradutor. As discussões fundamentam-se, principalmente, em Bassnett (2003), Arrojo (2007) e Pagano (2003). Como resultado deste trabalho, são realizadas algumas reflexões, as quais poderão ser úteis àquelas pessoas que se dedicam à teoria e à prática da tradução.
Palavras-chave: Tradução Literária. Tradutor traidor. Bernardo Élis.