EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS, DESCOLONIZAÇÃO E REINVENÇÃO ESCOLAR

Resumo

No campo social e educacional concretamente conflitivo e multicultural, a escola enquanto espaço educativo é convocada a atuar de modo intencional com a educação das relações étnico-raciais. Neste contexto, o objetivo deste trabalho de exploração bibliográfica é discutir a relação entre educação das relações étnico-raciais, descolonização e reinvenção escolar a fim de que a primeira proposta tenha real impacto. Apesar de a escola ser agente de transformação frente às desigualdades relacionadas à cultura, cor, raça, etnia, classe etc., é ao mesmo tempo estruturada sobre a ciência moderna, fundamentalmente excludente e colonialista, como apontam Boaventura de Souza Santos (2009) e Ramón Grosfoguel (2009). Portanto, torna-se um desafio que a educação das relações étnico-raciais tenha verdadeiro impacto numa instituição historicamente formatada para a difusão da “superioridade” do homem ocidental e “inferioridade” dos sujeitos historicamente colonizados. A partir desta constatação tem-se a necessidade de descolonizar o pensamento, fundando uma ecologia de saberes que dialogue com a diversidade dos povos subalternizados. Esta proposta de descolonização epistemológica faz eco à ideia de reinvenção educacional ou escolar apresentada por Vera Maria Candau (2010a; 2010b; 2010c) e Muniz Sodré (2012), em que se busca a interculturalidade numa educação baseada na diversidade. Considera-se a partir disto que a educação e a escola tem de ser reinventadas, isto é, repensadas e refeitas, tendo as diversidades como bases, meios e fins em novas relações com o currículo, os espaços, tempos, metodologias, sujeitos etc. para que propostas como a educação das relações étnico-raciais ultrapassem o discurso e tenham relevância estrutural no espaço escolar e nas subjetividades ali presentes. Palavras-chave: Educação das relações étnico-raciais. Antirracismo. Descolonização. Diversidade. Reinvenção Escolar.