MULTILETRAMENTOS E INTERAÇÕES SOCIAIS NA FORMAÇÃO DO JOVEM LEITOR.

Autores

  • Marinês Juliana Carvalho Martins

Resumo

Analisando o homem contemporâneo no contexto da cibercultura, este projeto buscará compreender as interações sociais e as práticas de letramento sob a ótica de Magda Soares (2004) em ambientes formais e não-formais de aprendizagem e como a escola pode intervir neste processo. Descreverá as mudanças ocorridas a partir da expansão das mídias digitais e suas implicações para os usos da linguagem partindo das diferenças entre a leitura na tela e a leitura do papel. Seu caráter é quali-quantitativo. Sendo assim, este projeto tem em vista o indivíduo em seu contexto (seja em ambientes formais e não formais de aprendizagem como blogs e redes sociais, por exemplo) e como a escola pode intervir neste processo. Para tal, coube avaliar o crescimento vertiginoso da aquisição de aparelhos que permitem a utilização concomitante de diversas mídias: i-phones, celulares, computadores, notebooks e tablets. Embora não se tenha aqui como referência uma pesquisa quantitativa a este respeito, sabemos que grande número destes aparelhos destina-se a crianças e adolescentes em idade escolar. Partindo de tal realidade, o Governo Federal, através da Portaria nº 522/MEC, de 9 de abril de 1997, criou o ProInfo, Programa Nacional de Tecnologia Educacional, cujo objetivo é promover o uso pedagógico de Tecnologias de Informática e Comunicações (TICs) na rede pública de ensino fundamental e médio. Sendo assim, a discussão pela qual se justifica este estudo permeia a visão de que apenas equipando-se as instituições de ensino com softwares e programas de tecnologia de ponta sem um estudo profundo do funcionamento dos mesmos e da compreensão de suas potencialidades, corre-se o risco de manter um ensino tradicional com formato tecnológico. Ao mesmo tempo, é necessário fazer uso do suporte impresso e compreender e comparar as diferenças existentes entre o modo de leitura na tela e a leitura feita no papel. Chartier (2007) subsidia a necessidade do conhecimento dos mecanismos que referendam a relação dos leitores com os textos escritos em sua fala, à medida que coloca que: “Os estudos da história da leitura costumam esquecer dois importantes elementos: o suporte material dos textos e as variadas formas de ler. Eles são decisivos para a construção de sentido e interpretação da leitura em qualquer época.” Logo,A fala de Chartier (2007) nos leva a concluir que é imprescindível ao aluno diferenciar a leitura de um romance (o qual se lê lentamente, refletindo e analisando a obra) da leitura na tela, na qual é possível pular de uma informação a outra. As duas criações intelectuais fazem parte da realidade do aluno e os dois modos de leitura devem ser compreendidos e valorizados por ele, promovendo uma ponte entre tais conhecimentos.

Publicado

2014-08-04

Edição

Seção

Resumo Expandido