A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NA AULA DE LÍNGUA INGLESA
Palavras-chave:
Variação Linguística. Ensino. Língua Inglesa.Resumo
Uma vez que seus falantes a moldam segundo suas necessidades comunicativas (LARSEN-FREEMAN; CAMERON, 2007, 2008), sabe-se que a língua acaba ficando mais suscetível a sofrer influências que podem desencadear processos de variação e mudança linguísticas. Levando em conta que a variação é uma característica inerente de qualquer língua (LABOV, 1972), é comum defrontar-se com usuários do inglês empregando formas em variação ao longo da interação comunicativa. Por esse motivo, acredita-se que, se os aprendizes de inglês forem preparados para conhecer e compreender a variação na língua alvo, este conhecimento lhes permitirá não apenas transitar nos diferentes contextos de seu uso eficazmente, assim como lhes estimulará a adoção de atitudes positivas e respeitosas para com outros povos e suas culturas. Isso posto, o objetivo do presente artigo é oferecer subsídios linguísticos e didáticos para os docentes lidarem com a variação de forma pedagógica em suas salas de aula. Haja vista que a língua inglesa se trata de um conjunto de dialetos e sotaques nativos e não nativos (CRYSTAL, 2009), espera-se estimular uma discussão sobre a necessidade e a relevância de se incluir a variação no conteúdo programático das aulas desse idioma. Ademais, cabe lembrar que, graças ao inglês ser uma língua que pertence a todos os seus usuários, os quais têm os mesmos direitos sobre ela (CRYSTAL, 2001; JENKINS, 2001, 2015; RAJAGOPALAN, 2009, 2019), faz mais sentido capacitar o aprendiz para interagir com a comunidade internacional do que apenas com a nativa.
Referências
BECKNER, Clay; ELLIS, Nick C.; BLYTHE, Richard; HOLLAND, John; BYBEE, Joan; KE, Jynyun; CHRISTIANSEN, Morten H.; LARSEN-FREEMAN, Diane; CROFT, William; SCHOENEMANN, Tom. Language is a Complex Adaptive System - Position Paper. Language Learning, v. 59, supl. 1, p. 1-26, 2009.
CANAGARAJAH, Suresh. Reclaiming the local in language policy and practice. Mahwah: Lawrence Erlbaum Associates, 2005.
CRYSTAL, David. A little book of language. Sydney: University of New South Wales Press Ltd, 2010.
________. From out in the left field? that’s not cricket: finding a focus for language curriculum. In: WHEELER, Rebecca. S. (ed.). The workings of language: from prescriptions to perspectives. Westport: Praeger, 1999, p. 91-105.
________. Global understanding for global english. Moscow State University Bulletin, v. 19, n. 4, p. 13-28, 2001.
_________. Which “english” should we teach. [S.l.s.n.], 24 dez. 2009. 1 vídeo (2 min 58 s). Publicado pelo canal Macmillan Education ELT. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0XT04EO5RSU. Acesso em: 1 set. 2020.
FARACO, Carlos Alberto. Lingüística histórica: uma introdução ao estudo da história das línguas. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.
JENKINS, Jennifer. Global englishes: a resource book for students. 3. ed. Oxon/New York: Routledge, 2015.
_________. The phonology of english as an international language. Oxford: Oxford University Press, 2001.
LABOV, William. Sociolinguistic patterns. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1972.
LARSEN-FREEMAN, Diane; CAMERON, Lynne. Complex systems and applied linguistics. Oxford: Oxford University Press, 2008.
LARSEN-FREEMAN, Diane; CAMERON, Lynne. Complex systems and applied linguistics. International Journal of Applied Linguistics, v. 17, n. 2, p. 226-239, 2007.
LOW, Ee-Ling. Pronunciation for english as an international language: from research to practice. London/New York: Routledge, 2015.
RAJAGOPALAN. Kanavillil. Exposing young children to english as a foreign language: the emerging role of world english. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 48, n. 2, p. 185-196, 2009.
________. O professor de línguas e a suma importância do seu entrosamento na política linguística do seu país. In: CORREA, Djane Antonucci (org.). Política linguística e ensino de língua. Campinas: Pontes Editores, 2014, p. 73-82.
__________. Prefácio. In: ANJOS, Flávius Almeida dos. Desestrangeirizar a língua inglesa: um esboço da política linguística. Cruz das Almas: UFRB, 2019.
THOMAS, Erik R. Phonological and phonetic characteristics of african american vernacular english. Language and Linguistics Compass, v. 1, n. 5, p. 450-475, 2007.
YULE, George. The study of language. 7 ed. New York: Cambridge University Press, 2020.