LOBO EM PELE DE CORDEIRO
ANÁLISE DE COMO O MARKETING DE BRINQUEDOS REFORÇA O IMAGINÁRIO COLONIAL
Palavras-chave:
Decolonialidade, Infância, Pedagogia cultural, IdentidadeResumo
Esta pesquisa objetiva analisar como brinquedos amplamente difundidos, como a boneca Barbie, o bebê Reborn e as mini casas Tiny Home, atua como dispositivos pedagógicos coloniais que influenciam a construção de identidades infantis, perpetuando até a vida adulta. Partindo da linha de pesquisa Língua e Interculturalidade, dos preceitos de colonialidade e decolonialidade, as relações de poder que moldam percepções de gênero, raça, classe social e comportamento ao longo de gerações. Perceba, como a boneca Barbie representa um ideal eurocêntrico de beleza e sucesso, reforça os padrões capitalistas de consumo e ostentação, enquanto o bebê Reborn, fomenta a ideia do “bebê perfeito”, imaculado e belo, já as minis casas Tiny Home refletem um estilo de vida idealizado que sublinha a posse e o consumismo. Tem como intuito central, investigar como esses brinquedos alcançam o patamar de construir subjetividades e reproduzir as lógicas de colonialidade do ser, do saber e do poder, ao ponto de naturalizar padrões eurocêntricos de comportamento e estética, mas também, propor alternativas pedagógicas decoloniais que possam ressignificar o brincar e destacar como a produção em massa de brinquedos influencia na formação das crianças, tornando-as possíveis consumidoras passivas de padrões e produtos predeterminados. Partindo de estudos decoloniais e coloniais elaborados por Quijano (2005) e Mignolo (2017), sobre a construção de uma pedagogia crítica e emancipada utilizamos Freire (1987), a influência da indústria cultural Pereira (2007), Arruda (2011), Oliveira (2020), entre outros. Como resultado parcial, brinquedos como citados viabilizam a manutenção de estruturas de poder, reforçam estereótipos raciais, de gênero e classe, espera-se que ao concluir tenha uma ressignificação do brincar e livre de imposições coloniais, ou pelo menos, que não reverbere para a vida adulta. Para discussão final, abordará como a pedagogia decolonial possibilita a desconstrução da visão eurocêntrica de beleza, status e poder, dos padrões de perfeição, controle e normatividade.
Referências
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