(Auto)Formação crítica decolonial: narrativas de uma professora de inglês em tempos de pandemia
Resumo
A formação de professores de língua inglesa é tema de muitas pesquisas na área da linguística aplicada. Como linguistas aplicados, interessa-nos investigar os processos de formação contínua de professores desse idioma, considerado uma língua franca utilizada para comunicação com diversas sociedades no mundo. Desde a publicação do primeiro decreto estadual, em março de 2020, em Goiás, as aulas presenciais em escolas e universidades públicas e privadas foram suspensas e substituídas por atividades não presenciais. Essas medidas suscitaram alguns questionamentos: o que mudou na interação entre alunos e professores? Como tem sido as adequações de espaço, uma vez que esses agentes educacionais não se encontram mais na escola? Como tem sido a (auto) formação de professores de inglês para atuar em aulas não presenciais? Com o objetivo de analisar os impactos na prática do docente de língua inglesa, em decorrência do distanciamento social, o presente artigo busca dar voz a uma professora da rede pública estadual de ensino básico, para compreendermos esses elementos a partir do olhar de quem vivencia e negocia os sentidos diretamente com os alunos. O referencial teórico que dá suporte a este estudo envolve a concepção de formação de professores de língua e a decolonialidade. A metodologia escolhida é a revisão de literatura, articulada à narrativa, por se mostrar um valioso instrumento de pesquisa qualitativa, quando se busca conhecer o processo. A cristalização dos dados mostra que, em contexto de transição de ensino presencial para remoto, há espaço para a (auto)formação reflexiva e crítica dos docentes.